sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Lei da gestação de substituição

Estou chocada!
O Bloco de Esquerda propôs a seguinte alteração:
A gestante tem até 20 dias para se arrepender da sua decisão e decidir se quer ficar com o bebé ou entrega-lo aos pais.
What???
Como é que fazem uma proposta destas? Mas está tudo louco?
Quer dizer que um casal que precisa de recorrer a uma barriga de substituição para ter um filho, para além do sofrimento que isto causa por si só, ainda tem que viver 9 meses no medo e na insegurança de poder ficar sem o bebé porque no final de tudo a gestante pode rescindir o contrato que fez?
Espero que isto não vá para a frente. Caso contrário, vai causar muitos conflitos entre famílias em lutas prolongadas em tribunais e uma grande confusão.
Isto é brincar com a vida das pessoas!


4 comentários:

  1. Essa questão das barrigas de aluguer é tão, mas tão complexa... obviamente que só faz sentido se a mulher se limitar a ser isso mesmo, uma barriga solidária. Mas eu que estou grávida de um ovocito que não é meu, digo que o vínculo criado com o bebé que carregamos é imenso... não me imagino a ficar sem esse bebé quando nascer. Obviamente que a emoção envolvida é diferente, eu sabia desde o início que está bebé ia ser minha, enquanto que uma barriga solidária tem que saber desde o início que será somente isso... mas não será fácil para ela. Daí ser uma questão muito complexa... por muito altruísmo que exista, depois existe a afetividade... eu seria incapaz de gerar uma criança que depois não iria poder cuidar... por ser tão complexo é que depois a doação de gametas apanhou por tabela com as questões levantadas. Na minha opinião são questão muito mais básicas... doar um gameta não é como doar sangue, mas não existe nenhuma emoção envolvida...

    Mas isso ser sequer sugerido pelo BE, revela que são pessoas sem a menor sensibilidade quanto ao assunto que é querer ter um filho e não poder...

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  2. Sim, sem dúvida que é uma questão muito complexa. As candidatas a gestantes são submetidas a testes psicológicos para se perceber com o máximo de pormenor o motivo do ato altruísta. Mas claro que gestar um bebé pode mudar tudo! Definitivamente não dava para mim. Não seria capaz de entregar o bebé que se formou e cresceu na minha barriga!
    Mas precisamente por ser algo tão complexo é que a lei deve estar bem definida, com um contrato bem definido e que tem de ser cumprido por ambas as partes de forma a proteger todos os intervenientes.
    Lamento muito pelas mulheres que não podem passar por uma gravidez. Só espero que para além desse sofrimento não venham a correr o risco de ficar sem o bebé numa situação destas.

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  3. Uma alternativa a isto era como as adopções abertas... Por exemplo podia ser acordado que caso a gestante quisesse poderia ter contacto com a criança, se fosse assim eu percebia porque como disse a little gerar um bebé cria laços quer se queira quer não, mas se decidiram ajudar alguém não é justo poder voltar atrás numa decisão destas e voltar a destruir os sonhos do casal...

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    1. Isto tem muito que se lhe diga... permitir que a gestante de substituição fique com a criança é como que obrigar o casal a “doar” o seu material genético a essa pessoa. Isso não está certo. Isto já para não falar no sonho roubado.
      Admito que não seria capaz de gerar um bebé e entraga-lo ao casal. Para mim é impensável! Precisamente por causa dos laços tão fortes que se criam.
      Mas a lei tem que proteger ambas as partes. Se isto for para a frente vai ser o caos 😞 tanto para o casal como para a gestante que vão andar anos em tribunal. E ainda para a criança que terá o seu futuro indefinido durante esse processo.

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